O taper é um componente do processo de treino que deve ir de encontro às necessidades do nadador. O taper não é mais que uma preparação individual física e psicológica para competir ao mais alto nível possível (Sweetenham & Atkimson, 2003). Assim, segundo esta linha de pensamento, um taper programado e efectuado de forma igual para uma equipa de nadadores não funcionará da mesma forma para todos os elementos que a constituem.
Em muitos desportos as diferenças entre os três primeiros verifica-se por uma fracção de segundo. Portanto, os atletas de alto nível e os treinadores estão procurando continuamente métodos que irão ajudá-los a melhorar seu desempenho desportivo. No entanto, não nos devemos esquecer que o factor chave que influencia o desempenho físico é o processo de treino. Em particular, o treino físico da semana ou semanas anteriores à competição pode ser decisiva para o desfecho do mesmo (Ibáñez, 2007).
A carga de treino ou o estímulo do treino em desportos competitivos pode ser descrito como uma combinação da intensidade de treino, volume e frequência (Wenger e Bell, 1986). Esta carga de treino é marcadamente reduzida durante o taper na tentativa de reduzir a fadiga acumulada, sem que por isso se percam as adaptações provocadas durante o processo de treino. Um estímulo insuficiente de treino pode resultar numa perda total ou parcial das adaptações anatómicas, fisiológicas e de desempenho desportivo induzidas, ou por outras palavras, destreino (Mujika e Padilla, 2000).
Maglischo (2009) afirma que os nadadores devem manter a intensidade de treino igual ou muito próxima da utilizada até ao início do taper, por outras palavras, não se pode pensar que apenas se nada a um ritmo suave. Devem manter uma intensidade de treino muito próxima do limiar anaeróbio (acima dos 70% do VO2máx), pois pensa-se que é possível manter esta capacidade durante 5 semanas. Troup (1989) sugeriu que os nadadores realizassem entre 12% a 15% do volume de treino diário acima da velocidade correspondente ao limiar anaeróbio durante esta fase do processo de treino.
Recentemente, McNeely e Sandler (2007) indicaram que o treino de ritmo de competição nos dias finais antes da competição é importante tanto em relação a aspectos psicológicos como em relação a aspectos fisiológicos. Intervalos de ritmos de prova no final das sessões de treino permitem aos atletas sensações de velocidade, potência, e confiança desde que permita deixar o atleta com sensações de energia e não de fadiga.
A obtenção dos melhores resultados desportivos são obtidos com uma redução do volume de treino de 41% até 60% relativamente ao volume de treino antes de iniciar o período de taper, embora os benefícios de desempenho possam ser alcançados com reduções menores e maiores de volume de treino (Mujika, 2009).
Os volumes médios de treino semanal e das sessões de treino para nadadores de velocidade e de meio fundo durante o período de treino foram relatados por Stewart e Hopkins (2000). Os volumes de treino semanal durante o período de taper são significativamente inferiores aos verificados antes de iniciar este período de optimização das possibilidades rendimento, assim como da sessão de treino. Estes autores indicaram que houve redução substancial em todas as acções de distância, à excepção do nado fácil, desde a construção até à fase final do taper, para ambos os especialistas.
Os benefícios estatisticamente significantes, das reduções progressivas do volume de treino de 50% até 90% têm vindo a ser afirmadas em muitos estudos sobre natação, ciclismo, atletismo, triatlo e treino de força (Houmard e Johns, 1994; McNeely e Sandler, 2007; Mujika, 1998; Mujika e Padilla, 2003).
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