segunda-feira, 25 de maio de 2009

Monitorização da Fadiga

Para um correcto processo de planificação do treino, a recuperação entre cada uma ds sessões de treino reveste-se de primordial importância conhecer que efeitos provocou esse mesmo treino no organismo e sistemas do nadador.
Desta forma, a quantificação do treino (km, tempo, intensidade, etc.) é um aspecto que manifesta grande importância observar de forma rigorosa e devidamente quantificada.
No entanto, não nos podemos limitar a planear o treino de forma adequada pois cada desportista terá uma resposta diferente a cada uma das tarefas de treino propostas, pelo que será necessário quantificar o mais exactamente possível o treino realmente efectuado, tendo em conta o estado do desportista antes do início de cada sessão e o momento da época em que se encontra.

Controlo do Volume e Intensidade de Treino – Observação Directa
Estamos perante uma observação directa, medindo diferentes parâmetros do treino (volume, duração, intensidade, etc) e acrescentando um conjunto de observações do treinador ou de outro observador.
Registo por parte do treinador de diferentes informações em cada sessão de treino. Controlo de tempos em séries específicas de treino, registo e comparação das mesmas em diferentes momentos da época, associando a intensidade pretendida com controlo da frequência cardíaca, registo do volume e intensidade de cada microciclo de treino, percentagem de trabalho em cada zona, etc.

Variabilidade da Frequência Cardíaca Semanal
No início de alguns microciclos de controlo, realizamos um teste de controlo da Variabilidade da Frequência Cardíaca como controlo da adaptação ao treino, efectuando recolha através do POLAR 810i e analisando os dados através do Software HRV Analysis. Consiste em colocar a Fita do Polar 810i no peito, deitado dorsalmente sobre um colchão e controlando a respiração ao ritmo de um sinal sonoro, durante 10 minutos. O coração humano saudável varia sua frequência de funcionamento batimento a batimento, como consequência dos ajustes promovidos pelo SNA para manutenção da homeostase. Baseados em intervalos RR individualmente reflectem a variabilidade global e representam a actividades do SNA simpático e parassimpático. A relação LF/HF fornece informações sobre o balanço entre os sistemas simpático e parassimpático.

Frequência Cardíaca Alvo em Treino
A frequência cardíaca, fornece-nos “a intensidade a que se treina e, inclusivamente, os níveis e a velocidade de recuperação”, com a vantagem de que “graças aos meios actualmente disponíveis (pulsómetros telemétricos) ser de fácil e barata utilização”, sendo assim muito útil para quantificar o treino.
Para a realização do processo de treino, é definido claramente o tempo alvo em cada zona de treino, bem como a frequência cardíaca alvo para as mesmas zonas de treino. A conjugação de ambos os indicadores permite-nos saber se o nadador efectivamente está a realizar o que pretendemos de acordo com os objectivos definidos anteriormente.

Percepção de Esforço e Diário de Treino
Os diários de treino devem reter apenas informações sistematizadas e rigorosas e têm a vantagem da proximidade entre a realização do treino e o momento da sua quantificação, por seu turno, os questionários têm a vantagem de ser um método simples e barato, não interferindo com o treino, desde que as perguntas neles incluídas sejam objectivas e respondam ao que efectivamente se pretende conhecer.
Preenchido pelos desportistas nos mesmos momentos, de modo a obter informação acerca do estado de fadiga dos desportistas e de prevenir o sobretreino. Para além do registo do treino efectivamente realizado (nem sempre igual ao planeado) permite-nos detectar sinais de alerta para situações de fadiga excessiva mediante o controlo da frequência cardíaca em repouso, dificuldades no sono, na concentração ou perdas de apetite.

· Questionário para Detecção de Fadiga (CDF). Adaptado de Verdugo, 2008.

Comentário
A quantificação do volume de treino e sua intensidade, a percepção de esforço e a utilização de diários de treino, o controlo da frequência cardíaca nas séries de treino, e a variabilidade da frequência cardíaca são instrumentos que servem de auxílio ao treinador em termos de prescrição do treino, de caracterização de cada uma das tarefas, de predição do rendimento, bem como de prevenção de lesões e de sobretreino.
Como no alto rendimento desportivo, as cargas de treino utilizadas são muito elevadas, é fundamental utilizar todos os meios ao dispor do treinador de modo a poder planear, avaliar e executar com rigor todas as tarefas de treino.

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